OBRAS DE MISERICÓRDIA

Nossas obras para produzirem frutos, para pertencerem só a Deus, para serem belas, devem ser edificadas sobre a fé.

Cristo disse: ”Eu tive fome, estive nu, doente, preso, sem moradia e tu fizeste isso por Mim”.

A fé nestas palavras é o fundamento de toda a nossa obra. Jesus não nos perguntará quantas coisas fizemos, mas quanto amor colocamos em nossos atos.

Nós precisamos aprender a conviver com todas as pessoas, as iguais a mim, mas também com as diferentes, nós necessitamos desta convivência para crescermos espiritualmente.

E vocês crianças, são os construtores de amanhã, são as florzinhas do jardim da Vida, cujo perfume que deve exalar de vocês é o Deus Amor e DEUS Vida!

É necessário também serem crianças de oração, para que possam descobrir Jesus em cada pessoa.

Deus está em todos os que sofrem; nos enfermos, nos presos, nos famintos e sedentos, nos nus e desabrigados...

Há muitos que se encontram enfermos e a maior doença não é o câncer, a lepra, a AIDS e sim o sentir-se indesejável, des-amado, abandonado por todos. Esta é a causa de tantos jovens se perderem, mergulharem nos vícios, nas drogas, é também o que leva muitos a cólera, aos crimes, ao egoísmo.

E tudo por minha culpa, pela culpa de cada um de nós, que tantas vezes negamos um: ”Bom dia!”, um aperto de mão, um sorriso, uma palavra de conforto, uma palavra amiga... São coisas tão pequeninas, mas nelas consiste o nosso amor de Deus em ação.

Há muitos dos nossos irmãos que estão prisioneiros, esquecidos na margem de seu isolamento, irmãos que muitas vezes classificamos como irrecuperáveis.

Devemos esperar com os prisioneiros, aqueles que jazem esmagados por fardos de miséria física, moral e psíquica.

Devemos libertar as pessoas da cruz de nossas restrições e preferências individuais. Pois o que muitas vezes enclausura os homens é a “marginalização” (idéias que fazemos delas), a rejeição, a incompreensão.

Devemos lembrar que todos somos irmãos, filhos do mesmo PAI.

Há também muitos dos nossos irmãos, que estão nus, não por falta de roupa, mas por falta de compaixão, pois pouca gente a concede a desconhecidos. A verdadeira compaixão deve resistir ao fracasso, aos conflitos e às ingratidões. Deve resistir ao tempo, às infidelidades, às fugas.

Para amar uma pessoa é preciso que a gente chegue bem perto dela, neste tempo em que vivemos, toda gente tem pressa e se atropela pelo caminho, alguns caem, pois não tem forças para correr. E são estas pessoas as que devemos acudir.

Acudir também àqueles que são azedos, violentos, que sofrem pela ausência de um olhar, de um sorriso. Acudir aqueles que não podem retribuir os serviços prestados, que ignoram o gesto de gratidão.

Há também muitos dos nossos irmãos que se encontram desabrigados, não só dum abrigo feito de pedras e tijolos, mas dum coração amigo, de quem a pessoa possa afirmar que tem alguém por si. Devemos ajudar o próximo de dentro para fora, assim podemos ajudá-lo a se transformar... Quanta alegria será para nossa alma quando alguém falar: Que em nosso coração ela encontra um lar. Que alegria saber que Jesus abriu as portas do Seu Sacratíssimo Coração e nos abrigou... Vamos ajudar nossos irmãos a abrir as portas de seu coração Àquele que vive batendo e pedindo abrigo: Nosso Amado Jesus!

Seja nossa missão transmitir o Amor de Deus ao mundo. Não esperemos ser chamados ou avisados para dar vida ao mundo, vamos à procura dos desabrigados, sofreremos perseguições, cansaço, a cruz muitas vezes será pesada, mas o Coração que deu vida ao mundo, a deu do alto da Cruz.

Temos também muitos irmãos famintos, não só de alimento, mas de Deus. O povo tem fome de conhecer a Deus. Temos que ajudar nossos irmãos a libertar Deus das amarras do pensamento humano, dos domingos e dias Santos de Guarda e mostrar a eles que Deus nos acompanha sempre, como nossa sombra, e que é nosso Amigo. Assim estaremos dando a Jesus que também tem fome, fome de nosso amor, de nossa presença, de nosso contato, de almas ardentes.

É preciso ter uma hora reservada cada dia para a oração, onde quer que estejamos podemos rezar. Esta hora é necessária. Se verdadeiramente amamos o próximo, nosso primeiro contato deve ser com Deus, em especial no Santíssimo Sacramento. Depois nos será fácil transferir aos nossos irmãos nosso amor por Jesus.

Há também muitos irmãos famintos, não só de pão, mas também de existir para alguém, ter alguém por si, sentir que se é amado, mas grande é a solidão de muitos, até mesmo em meio à imensa multidão, quanta indiferença temos pelo próximo que, a beira do caminho, se acha exposto a exploração; a corrupção, a indigência, a doença. Tantas pessoas abandonadas que não são queridas e, todavia, esta gente pertence a Jesus Cristo, e são nossos também. Em muitos lugares nós vemos este sofrimento, esta fome de amor, que eu e você e ninguém mais, pode saciar.

Há muita gente isolada que só é conhecida pelo número da casa. Muitas vezes nem sabemos se realmente existe alguém que mora ao nosso lado! Quem sabe seja um rico privado de quem o visite? Talvez muitas outras riquezas ele possui, mas estas o afogam. Falta-lhe o contato humano e ele precisa do seu contato.

Quantos há que estão sedentos, a procura da Fonte das Águas, das Graças... Devemos dar de beber a quem tem sede, não só sede de água, mas sede de amor, de misericórdia, de justiça, de perdão.

Tenho Sede, disse Jesus na Cruz, sede de almas, sede do amor dessas almas.

Jesus quer um só presente nosso: ALMAS e para isto Ele nos dá todas as graças e dons necessários, para continuarmos Sua Obra... Basta pedirmos.

As pessoas precisam de nossas mãos para servi-las, precisam de nossos corações para amá-las. Se o nosso amor for verdadeiro, nós: eu e cada um de vocês; devemos descobrir Jesus, em todos: nos que são indesejáveis, nos que são inúteis para a sociedade, para os quais os homens não tem tempo, e fazer por eles aquilo que gostaríamos de fazer por Jesus, se Ele fosse visível.

Lembre-se das palavras de Jesus: “O que fizerdes ao menor dos meus, é a Mim que o fareis”.  Amém! 


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