SENHOR, EU GOSTARIA DE TE VER
Senhor, eu gostaria de Te ver fazendo milagres, mas Tu me dizes que bem-aventurado, é todo aquele que crê, mesmo sem ver milagres.
Eu gostaria de Te ver ressuscitando mortos, mas Tu me perguntas, se não é melhor somar o número dos pecadores que Tua palavra converte cada dia.
Eu gostaria de Te ver multiplicando os pães no deserto, mas Tu me perguntas, se não é melhor fazer com que se multipliquem o número dos que podem repartir o pão.
Eu gostaria de Te ver curando cegos a beira dos caminhos, mas Tu me perguntas, se não é melhor que eu procure conduzir pelos Teus caminhos, os homens que não são cegos.
Eu gostaria de Te ver abençoando as crianças que as mães Te traziam, mas Tu me perguntas, se não é melhor que eu comece a Te ouvir com a simplicidade das crianças.
Eu gostaria de Te ver falando as multidões que Te seguiam, mas Tu me perguntas se não é melhor falar de Ti as multidões solitárias , no meio das próprias multidões.
Eu gostaria de ver a força que saia de Ti quando alguém Te tocava, mas Tu me perguntas se não é melhor ter a fé de quem Te tocava do que ter a força de curar.
Eu gostaria de Te ver explicando as histórias que contavas, mas Tu me perguntas se não é melhor que eu procure entender que é o amor que explica a história de Tua vida.
Eu gostaria de Te ver falando aos pobres como aos ricos, mas Tu me perguntas se adianta falar aos pobres sem levar a eles esperanças? E se adianta falar aos ricos sem lembrar a eles o dever de amar?
Eu gostaria de Te ver pregando de tal modo que ninguém se cansava de Te ouvir, mas Tu me perguntas se pode haver alguém que não se cansa de nos ouvir quando queremos pregar sem o testemunho de vida.
Eu gostaria de Te ver olhando para Pedro depois que Te negou, mas Tu me perguntas se nunca Te neguei, apesar de sempre estares olhando para mim.
Eu gostaria de estar perto de Ti, quando sofrias na Cruz, mas Tu me perguntas onde é que costumo estar quando vejo os outros sofrendo.
Eu gostaria de Te amar, como me amaste, mas Tu me perguntas, se sou capaz de beber de Teu cálice, se sou capaz de sofrer as dores que sofrestes sem merecer.
Se sou capaz de entender que me entendam mal pelo bem que faço.
Se sou capaz de entender que me façam o mal, se sou capaz de não querer estar presente só onde todos Te aclamam Rei.
Se sou capaz de não fugir quando todos querem Te condenar como se Teu Nome devesse ser sempre proscrito, e como se Tua Cruz devesse ser sempre um escândalo.
Senhor! Por hoje é só, amanhã então, quando eu voltar para Te ver e conversar mais um pouquinho Contigo, será a Tua vez de me dizer, o que mais gostarias de ver em minha vida! Amém.
Pe. Orlando Gambi