REZAR PELOS MÉDICOS

A medicina, quando exercida com dignidade, é um verdadeiro sacerdócio.

Médicos e enfermeiros lidam com vidas humanas; dai sua grande responsabilidade. Devem aliar bondade com competência.

"Devemos rezar muito pelos médicos, pela sua competência profissional. Pela sua honestidade. Para que sejam bons e humanos.

O primeiro que se exige dos médicos, como de qualquer outro profissional, é a competência técnica. A devida capacitação, que requer estudos demorados e sérios. Com meios e técnicas apropriadas.

Por ser considerada a medicina uma das carreiras mais nobres e lucrativas, são muitos os que , com vocação ou sem ela, pretendem ocupar um posto neste cargo.

Além da perícia, da competência técnica, a nossa oração deve pedir para eles : Bondade e humanismo!

Exercem a sua atividade não com produtos químicos, nem com plantas, nem com irracionais. A sua atividade é com pessoas. Não tratam de objetos, mas de homens... De homens que são corpo, alma e espírito...

Muito bem observava a este respeito Paulo VI : "Todo problema com relação a vida humana deve ser considerado para além das perspectivas parciais, sejam de ordem biológica ou psicológica, demográfica ou sociológica, na luz de uma visão integral do homem e da sua vocação, não só natural e terrena, mas sobrenatural e eterna".

O médico é quase um sacerdote. A sua tarefa de curar se inclui na missão que Jesus recomendava aos seus apóstolos: "Curai os doentes". Ele, o Divino Médico, também passava fazendo o bem e curando as doenças. E no seu Reino, a luta contra a escravidão da doença seria um objetivo a alcançar. A libertação da doença física deveria levar à libertação mais profunda e integral: Perdoados são os teus pecados e não queiras pecar mais...

São Paulo considera o exercício da medicina não como um meio de ganhar dinheiro, mas como um carisma. Uma graça, uma vocação de poder colaborar com Deus na conservação da vida, de poder ser misericordioso diante de tanta miséria humana como encontra no dia-a-dia...

Dignidade que tem a outra face de enorme responsabilidade.  A sua bondade, o seu humanismo o devem tornar sensível ao problema da má distribuição, que torna verdadeiro o dito de "muitos para poucos e poucos para muitos". Da injustiça que representa o fato de unicamente os ricos puderem ter o médico de que necessitam.

E nada digamos da responsabilidade diante de intervenções cirúrgicas em que a vida é cortada na raiz, no seu desabrochar, ou simplesmente abandonada porque considerada já inútil...

A companhia amiga do médico-sacerdote ajudará o moribundo a descobrir, na morte, o verdadeiro sentido da vida. O médico, que além de competente, é bom, saberá abrir os olhos, que se fecham, para a esperança de uma nova vida, da qual, a presente é apenas sombra..."

Pe. Gabriel Galache, S.J.

Extraído: Bilhete mensal n. 1260 / set. 1980

SENHOR, abençoai a classe médica do Brasil e do mundo". Amém!

 


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