HABITAÇÃO DIVINA E VÍNCULO ESPONSAL

O Espírito de Deus, tornando uma alma participante de seu amor, a santifica, e, por isso, sendo dulcíssima esposa, dela se aproxima, nela habita, age e se delicia.

Se muitas honrarias concedem-se às igrejas, porque templos materiais da majestade de Deus, como não deverá ser honrado pelos anjos e pelos homens o templo vivo, esplêndido e interior, no qual se realizam castas e sublimes núpcias entre Deus e a alma? “Eu me caso contigo” – já havia Ele feito saber, por seus Profetas –, “caso-me contigo com toda a fidelidade” (Os 2,21-22), na justiça e na caridade, pois estas são, justamente, as pedras preciosas com que Deus a embeleza. E, se quisermos contemplar também as vestes da esposa celeste, S. Paulo assim as descreve: oh, meu Deus! Quanto esplendor! “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13,14).

A que formosura poderá ser comparada a de uma alma que Deus mesmo ornou para torná-la sua esposa? Faltam-me cores para pintá-la.

Direi apenas, cheio de admiração e como o próprio Apóstolo, que se alguém se une a Deus com profunda convicção se torna um mesmo espírito com Ele, por causa da transformação pelo amor1.

Pregações à juventude, n. 8: nosso coração feito templo de Deus, MS 580, 583-584; PVC, p. 305-306.


 


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