CANTOS DEDICADOS À SANTA CRUZ

TODAS AS QUARTAS E SEXTAS DO ANO SÃO DEDICADAS À SANTA CRUZ - CANTAM-SE ENTÃO , OS  SEGUINTES TROPÁRIO E KONDAKION 

Salva, Senhor, teu povo e abençoa a tua herança;

concede às tuas Igrejas vitória sobre os inimigos
e protege, pela tua Cruz, este povo que é teu.

Tropário (1° tom)

Cristo Deus, que voluntariamente foste levantado na Cruz,
tem compaixão do teu povo que traz o teu nome.
Alegra, pelo teu poder, os nossos fiéis governantes,
dando-lhes a vitória sobre os inimigos:
encontrem na tua aliança
uma arma de paz, um troféu invencível."

O próprio das Vésperas começa com estes hinos:

A Cruz exaltada convida toda a criação
a cantar hinos à paixão imaculada
daquele que sobre ela foi erguido:
sobre a Cruz ele levou à morte
quem nos tinha dado a morte,
ressuscitou os mortos
e, tendo-os purificado,
em sua compaixão e infinita bondade
os fez dignos de viver nos céus;
alegremo-nos, pois, exaltemos seu nome
e magnifiquemos a sua extrema condescendência.

Erguendo os braços para o alto
e pondo em fuga o tirano Amalek,
Moisés te prefigurou, ó Cruz veneranda,
glória dos fiéis, sustentáculo dos mártires,
ornamento dos apóstolos, defesa dos justos,
salvação de todos os santos.
Por isso à vista da tua exaltação,
a criação se alegra e exulta glorificando a Cristo,
cuja extrema bondade reuniu, por teu meio,
o que estava disperso.

Em muitos outros hinos da festa encontramos profundidade teológica, exultação de louvores, riqueza de referências bíblicas. No final, enquanto os fiéis vão beijar a Cruz, bem ornamentada, exposta sobre o proskinetáríon no meio da igreja, canta-se o hino que segue, indicado nos livros litúrgicos como obra do "imperador Leão" († 912):

Vinde, fiéis, adoremos o madeiro vivificante:
sobre ele Cristo, Rei da glória, estendeu os braços
e nos reergueu para a primitiva bem-aventurança,
da qual o inimigo, aliciando-nos, nos havia despojado,
afastando-nos da presença de Deus.

Vinde, fiéis, adoremos o madeiro
graças ao qual somos julgados dignos
de esmagar as cabeças dos inimigos invisíveis.

Vinde, famílias de todos os povos,
veneremos com nossos cânticos a Cruz do Senhor.
Salve, ó Cruz, perfeita libertação do Adão decaído;
em ti se glorificam os nossos piíssimos reis,
pois é pelo teu poder que submetem à força
o povo de Ismael.

Beijando-te agora com reverência,
nós, cristãos, glorificamos ao Deus
que sobre ti foi pregado,
clamando: Senhor, que foste crucificado sobre ela,
tem piedade de nós, tu o Bom e Amigo dos homens."

Segue-se o rito, simples, mas com um significado cósmico evidente' no qual o sacerdote faz a "exaltação" da Cruz: eleva-a ao máximo que puder acima de sua cabeça e depois a abaixa até tocar o chão, em direção dos quatro pontos cardeais, pronunciando intenções de preces as quais o povo responde com insistência: Kyrie, eleison, ou Góspodi, pomilui (Senhor, piedade).

Conforme prescrevem os livros litúrgicos, essa invocação repete-se 100 vezes para cada uma das 4 direções.

Mesmo sendo uma festa do Senhor, é praxe, nas orações bizantinas, lembrar vivamente a Mãe de Deus; eis um breve hino da Ode Nona do Cânon:

Tu és, ó Mãe de Deus, o místico jardim
que sem ter sido cultivado germinou o Cristo,
para o qual foi plantada a árvore vivificante da Cruz.
Por isso hoje, ao exaltá-la,
adoramos a ele e a ti glorificamos.

Ode Nona do Cânon

Adoramos a tua Cruz, Senhor,
e glorificamos a tua santa ressurreição! 



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