A QUEDA DOS ANJOS
Quando Deus idealizou a criação do Universo, Ele dirigiu os pensamentos da Sua Onipotência do “Ser” para o “Faça-se”, e assim formou-se a criação.
Sua primeira palavra foi: “faça-se a luz”, “E se fez à luz”. O aparecimento da luz é o começo da criação. Deus criou também com esta palavra o “portador da Luz”, o primogênito de todos os Anjos, o mais velho e o mais poderoso dos “filhos de Deus”: Lúcifer foi amado pelo Seu Criador como primogênito e presenteado com as maiores graças. Ele se tornou príncipe do mundo, com inteligência de tamanho inimaginável.
Em segundo e conforme pensamentos de Deus, Ele criou com o “faça-se a luz”, todos os Anjos, seres luminosos, espíritos puros cheios de luz, os quais a princípio chamavam-se também: “Filhos da Luz”. Os Anjos são os que sempre circulam ao redor do divino Ser; são eles que atuam e trabalham na criação. Deus em vista à Encarnação do Senhor criou aqueles Coros dos Anjos que estão para o serviço e para ajudar os homens.
Mas Deus não é criação e a criação não é Deus. Deus é mais que isso, Ele é Aquele que Eternamente É!
Lúcifer viu; como num espelho; que o Criador sempre mais dedicou Sua atenção para o mundo, o qual Ele criou, ele viu os pensamentos e planos de Deus e sentiu como sempre mais seu próprio poder ficava importante nos Olhos de Deus. E sua Inteligência cada vez mais desejou passar os limites que Deus havia colocado, e rompeu. O reconhecimento de lúcifer desejou além dos limites, ele colocou o próprio ego no trono, no lugar de Deus (do Tu), acontecia então o primeiro rompimento com Deus. Quando Lúcifer caiu do não reconhecimento do “Tu” de Deus, para o reconhecimento único do “eu”; o germe da idolatria foi colocado. Na primeira provação Lúcifer se destroçou.
E quando se realizaram os pensamentos de Deus em Se tornar Homem , quando A Palavra eterna assim desejou vir ao mundo , para elevar o homem à filiação de Deus, de forma que o homem pudesse ser um com Ele!
Lúcifer só quis assim reconhecê-Lo como seu subordinado, porque segundo seu plano o homem só deveria escutar e ser submisso a ele, e também deveria ser punido só por ele. Lúcifer não aceitou e escureceu. Então Deus colocou-lhe os limites: “um é criação, o outro é submisso ao Criador”.
Foi a primeira e maior rebelião de Lúcifer e inversão completa de sua mente e modo de falar para Deus: “eu não vou me sujeitar a um homem, não serei seu escravo, eu sou a liberdade!” DEUS advertiu: “o orgulho vai te seduzir e a morte terá que entrar no mundo!”. Mas já era tarde! Lúcifer respondeu: “eu vou lutar contra Ti e a morte, para conquistar a vida divina!”. E ele enfrentou o Filho (A Palavra – O Verbo de Deus); que queria tornar-se Homem; Lúcifer O enfrentou com todo seu poder e seus sequazes.
Deus calou-Se. E cada Anjo devia decidir por si, consciente e voluntariamente, se queria permanecer fiel a Deus, que no momento permaneceu Silencioso e Oculto, ou começar, com Lúcifer, o portador da luz, uma vida nova e “livre” de Deus. A primeira escuridão caiu sobre a terra e a criação. Nenhum anjo reconheceu o outro. Deus mesmo era velado. Cada um por si mesmo tinha que se provar nesta grande provação. A movimentação aumentava e a escuridão ficava mais densa. Uma separação começou, pois Lúcifer agora chamou e sua voz obrigou seus sequazes: “eu sou eu, quem é como eu?”. E miríades e miríades de anjos escolheram na provação a luz aparente, enganadora de Lúcifer no lugar da Luz verdadeira, real de Deus, ele não pronunciou o “Fiat!”, mas o “Não servirei!”.
Deus permanecia em silêncio. São Miguel, nesta altura, como qualquer outro Anjo, estava envolto na obscuridão, mas no meio desta perplexidade, ele fez voltar a si os outros pelo seu brado, com sua voz humilde, mas firme: “Deus É! Quem é como Deus?” Formaram-se então dois lados. A decisão se realizou - para Deus ou contra Deus, forças chocaram contra forças numa luta silenciosa. E Deus agora falou da escuridão das nuvens para os dois lados: “de agora para frente deverá ser luta entre as criaturas, luz e escuridão, amor e ódio, humildade e orgulho. Quem luta contra Lúcifer?”.
De novo São Miguel, com sua voz humilde e firme falou: “Aquele que Tu queres Senhor!” Deus chamou o Servo a Ele. Era Miguel dum dos três Coros mais inferiores e pergunta: “O que é que te mandas falar assim?” Respondeu São Miguel: “Senhor, Tua Grandeza e meu nada!”. Então o Senhor falou: “porque te sentes a ti mesmo como nada, assim deves só sustentado em Mim mesmo, realizar a luta”. E assim o servo humilde, o Arcanjo Miguel, numa luta potente, sustentado pela força de Deus, armado com o escudo da fé inabalável “Deus É!”, ungido com a espada dum amor ardente e fervoroso “Quem é como Deus”, precipitou, lançou o mais orgulhoso, o mais forte, o primogênito, o portador da luz: Lúcifer e todos os seus sequazes (anjos rebeldes) no abismo, fora da presença de Deus, e assim quase metade dos lugares nos Coros Angélicos ficaram vazios. São Miguel atirou o Amor de Deus Mesmo, como Força Divina, contra Lúcifer - o segredo dos segredos - e o transformou em serpente, em dragão, e o fez ateu. E como Deus é eterno, também se tornou eterno o abismo e eterno o inferno. Até hoje Lúcifer está ainda a cair e cairá até aos fins dos tempos, quando só então terá chegado ao ponto mais profundo e mais afastado de Deus.